Sem professores não existirá educação de qualidade. E sem educação é impossível alcançar o desenvolvimento sustentável.
Para enfrentar a tendência de falta de docentes em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, apresentou, no fim de semana, uma força-tarefa focada na América Latina e Caribe.
Mundo precisa de mais de 44 milhões de docentes
Em toda a região, existe um déficit de 3,2 milhões de profissionais do ensino dentro das salas de aula.
Muitos professores estão abandonando a profissão por conta de salários baixos, excesso de trabalho e falta de reconhecimento.
No mundo, serão precisos 44 milhões de mestres caso os países queiram alcançar educação de qualidade até 2030, como prevê o Objetivo 4 de Desenvolvimento Sustentável.
A Força-Tarefa Internacional sobre Professores para Educação 2030 lançou na semana passada o primeiro relatório sobre o tema na América Latina e Caribe. O documento está disponível em português e espanhol (report ).
O evento contou com o apoio do Ministério da Educação do Chile da Fundação SM.
Duas meninas assistem às aulas na área montanhosa e empobrecida de Jinotega, Nicarágua
Milhões de alunos afetados pela escassez de mestres
Segundo a Unesco, a escassez de professores e as condições complexas do trabalho pedagógico ameaçam a qualidade do aprendizado e o futuro de milhões de meninas, meninos e jovens.
Para a Unesco, é preciso agir para evitar mais danos ao direito à educação. A agência da ONU acredita que é necessário iniciar medidas urgentes que possam atrair os profissionais do ensino para as salas de aula.
Uma delas é priorizar a profissão com políticas concretas que melhorem as condições de trabalho, treinamento e reconhecimento desses profissionais. Um passo que deve ser dado pelos governos do mundo.
O ministro da Educação do Chile, Nicolás Cataldo Astorga, afirma que os professores enfrentam desafios diferentes em vários países e são confrontados por fatores diversos.
Chile e Unesco farão encontro este ano
O Escritório regional da Unesco em Santiago do Chile, que é também a sede da Comissão Econômica das Nações Unidas para América Latina e Caribe, Cepal, apresentou a Estratégia Regional 2025-2030 para combater as causas da escassez de mestres e reforçar a autonomia e liderança das escolas além de assegurar a participação ativa dos docentes no processo de decisão.
A agência acredita que essas medidas que aumentam o reconhecimento dos professores podem ajudar a reconquistá-los para as salas de aula e a motivá-los evitando a evasão dos profissionais.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, e a diretora-geral da Unesco convocaram um evento sobre o tema, para o segundo semestre deste ano, em Santiago.
A reunião ouvirá representantes dos governos, dos sindicatos de professores e da sociedade civil sobre o que fazer para melhorar a situação de quem ensina e garantir o futuro de quem aprende.
Fonte ==> Gazeta