O franchising como força econômica e modelo de crescimento sustentável no Brasil

O franchising brasileiro se consolidou como um dos principais motores da economia nacional. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor movimentou mais de R$ 240 bilhões em 2023, representando um crescimento de 13,8% em relação ao ano anterior e gerando cerca de 1,6 milhão de empregos diretos. Mesmo em um cenário desafiador, as franquias continuam a se expandir, impulsionadas por inovação, gestão estruturada e padronização de processos, pilares que garantem previsibilidade e sustentabilidade.

O modelo de franquias, que combina empreendedorismo e governança, vem atraindo empresas de diferentes portes. Pequenas marcas enxergam na formatação de franquias uma forma de crescer com segurança e escala, enquanto grandes redes reforçam sua presença e melhoram sua eficiência operacional. “Toda grande rede começou com uma única operação”, explica Marcelle Miranda, administradora com mais de 20 anos de experiência no franchising e especialista em estruturação de negócios. “O segredo está na capacidade de transformar conhecimento e propósito em processos sólidos e replicáveis.”

Com carreira construída em algumas das principais franqueadoras do país, Marcelle atuou na Imaginarium e foi uma das responsáveis pela formatação da First Class, rede do segmento de cama, mesa e banho que hoje ultrapassa 250 unidades. Sua atuação envolveu a criação de manuais operacionais, programas de treinamento e políticas de compliance, que garantiram o reconhecimento da marca entre as melhores franquias do Brasil segundo rankings nacionais do setor. “O franchising exige método. É uma ciência que depende de planejamento, padronização e, acima de tudo, de pessoas preparadas e comprometidas”, comenta.

O franchising é um modelo de negócios que se adapta bem ao perfil empreendedor brasileiro. Ao oferecer uma marca consolidada, processos prontos e suporte contínuo, reduz significativamente os riscos de novos empreendedores. Segundo levantamento da ABF, a taxa de mortalidade de franquias no Brasil é inferior a 5%, enquanto a de empresas independentes ultrapassa 20% nos primeiros dois anos. Para Marcelle, esse dado explica o sucesso do modelo: “O franqueado não está sozinho. Ele conta com uma estrutura que dá suporte, treinamento e acompanhamento. É um modelo de parceria que distribui o risco e multiplica os resultados.”

Além de ser uma alavanca econômica, o franchising também tem papel social importante. O setor promove capilarização da renda e da geração de empregos, levando oportunidades de negócios para cidades médias e pequenas. Esse movimento tem contribuído para descentralizar a economia, estimulando o desenvolvimento regional. “As franquias geram empregos locais e fortalecem o comércio de bairro. Quando uma marca se instala em uma nova cidade, movimenta toda a economia ao redor”, analisa Marcelle.

Outro fator que impulsiona o setor é o avanço da tecnologia e da digitalização. Ferramentas de gestão remota, plataformas de e-commerce integradas e sistemas de controle financeiro em tempo real aumentam a eficiência e a competitividade das redes. As franquias mais bem-sucedidas são as que entendem o consumidor omnichannel e investem em experiência de marca. “O futuro do franchising está na integração entre o físico e o digital. O cliente quer conveniência, mas também quer relacionamento. As redes que conseguirem equilibrar esses dois mundos sairão na frente”, explica a especialista.

Marcelle Miranda

Marcelle também destaca o papel da liderança no sucesso das redes. A governança clara, a comunicação entre franqueado e franqueador e o foco em treinamento são fatores decisivos para a longevidade das operações. “Uma rede só cresce quando todos remam na mesma direção. É preciso propósito compartilhado e transparência. Crescimento sem alinhamento é insustentável”, reforça.

Com a maturidade do setor, o franchising tem se mostrado não apenas um modelo de negócios lucrativo, mas um instrumento de transformação empresarial e social. Cada vez mais, marcas de segmentos variados, alimentação, moda, serviços e educação — buscam consultorias especializadas para estruturar suas operações e expandir com eficiência.

Marcelle Miranda, que hoje atua como consultora de franchising e negócios, acredita que o sucesso de uma franquia vai além do lucro. “O franchising é sobre pessoas. Por trás de cada unidade, há um empreendedor realizando um sonho, uma equipe crescendo e uma marca gerando valor. É isso que torna o modelo tão poderoso: ele multiplica oportunidades”, conclui.

O futuro do setor é promissor. O franchising brasileiro está mais profissional, conectado e competitivo do que nunca. Em um país de empreendedores natos, o modelo se consolida como uma ferramenta eficaz de crescimento sustentável, e histórias como a de Marcelle mostram que, com método, propósito e trabalho, é possível transformar uma ideia local em uma marca nacional.

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