iPhone Air impressiona, mas ainda precisa se justificar – 20/10/2025 – Tec

A imagem mostra a parte traseira de um smartphone, destacando a lente da câmera e o logotipo da Apple. O dispositivo é de cor preta e possui um design moderno, com uma lente circular e um pequeno sensor ao lado.

Na recente corrida por celulares cada vez mais finos, a Apple apresentou neste ano um competidor à altura dos rivais asiáticos. O iPhone Air, lançado no Brasil em setembro por R$ 10.499, é um feito de engenharia e design, mas ainda parece não ter encontrado um espaço no ecossistema da marca.

Com 5,6 milímetros de espessura —o equivalente a duas moedas de R$ 0,50 empilhadas—, o novo modelo é 30% (2,3 mm) mais fino do que o iPhone 17 padrão e 3,5% (0,2 mm) do que o rival Samsung Galaxy S25 Edge, também lançado neste ano.

Ele substitui a antiga variante Plus, de tela maior, e tenta se posicionar como uma opção intermediária que combina alto desempenho com a inovação na estrutura, apesar disso ter exigido algumas concessões.

Em testes feitos pela reportagem, o aparelho impressiona pela leveza e pelo conforto, principalmente sem a capa de proteção, e a bateria não é um problema. A câmera, porém, decepciona um pouco e fica aquém dos modelos mais caros.

O corpo em titânio, contra alumínio no restante da linha, garante resistência acima da média, apesar das preocupações.

Em teste de durabilidade, o canal JerryRigEverything no YouTube, conhecido por destruir eletrônicos com fins científicos, mostrou que a tela do aparelho só trincou após a aplicação de quase 100 kg na parte central, e mesmo assim continuou funcionando. É um alívio para quem vivenciou o “bendgate” do iPhone 6, em 2014.

O Air ainda vem equipado com uma versão mais fraca do chip A19 Pro, o mesmo dos iPhones Pro e Pro Max, mais caros. A diferença, porém, é a ausência do resfriamento avançado desses modelos. Isso pode limitar o desempenho em tarefas intensas e pode provocar o chamado thermal throttling, quando o processador reduz a velocidade para evitar superaquecimento.

Para o usuário médio, roda tarefas básicas e aplicativos pesados sem problemas, apesar do aquecimento às vezes ficar perceptível.

Falando em chips, o modelo é também o primeiro da marca a abandonar completamente o físico de telefonia no Brasil. Compatível apenas com o eSIM, ganha em segurança e praticidade, e a ausência da bandeja ainda libera espaço interno. Segundo a Apple, isso permite um ganho modesto de bateria.

Outra preocupação dos modelos superfinos, a autonomia da bateria surpreendeu positivamente na prática. Após algumas semanas de uso, o desempenho energético se mostrou suficiente para durar mais de um dia de uso moderado. Para usuários de modelos mais antigos, a melhoria é evidente.

Segundo os dados da Apple, o modelo se iguala em duração ao iPhone 16 Pro Max (27 horas de reprodução de vídeo), mas perde para o iPhone 17 (30 horas) e para o 17 Pro Max (37 horas).

O temido “scratchgate”, para arranhões indesejados, parece exagerado desta vez. A nova geração do vidro Ceramic Shield gante mais resistência na tela, mas na traseira os modelos Pro apresentam algumas vulnerabilidades na região das câmeras, mas nada que vá afetar o usuário médio.

Nas câmeras, o Air entrega boa qualidade geral e melhorias no sensor frontal, mas carece da versatilidade das versões Pro, especialmente pela ausência da lente teleobjetiva.

É suficiente para o uso cotidiano, mas não o bastante para quem busca um dispositivo voltado a fotografia ou vídeo. O zoom óptico limitado a apenas 2x é frustrante diante dos 8x do Pro.

Para quem busca o básico bem feito, o iPhone 17 padrão é uma escolha mais barata e racional, e talvez a melhor em anos. Já quem prioriza câmera, bateria e potência continuará melhor servido pelo Pro.

O Air, por enquanto, é mais um experimento de design do que um salto marcante. De alguma forma, o modelo até remete ao ousado e caríssimo Vision Pro, headset de realidade aumentada da empresa que já vem sido deixado de lado.

É um passo na direção de aparelhos mais finos e leves, mas ainda falta justificar o nome herdado do MacBook Air, hoje sinônimo da linha de notebooks da empresa. A era dos superfinos começa a tomar forma, e o iPhone Air poderá ser lembrado como um primeiro rascunho.



Fonte ==> Folha SP – TEC

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