FAPESP lança chamada de propostas com o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia de Macau

FAPESP lança chamada de propostas com o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia de Macau

Chamada de Propostas

FAPESP lança chamada de propostas com o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia de Macau

Edital tem como foco as áreas de biomedicina, inteligência artificial, tecnologia oceânica, agricultura e ciência espacial; a submissão de projetos vai até 13 de junho

Chamada de Propostas

FAPESP lança chamada de propostas com o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia de Macau

Edital tem como foco as áreas de biomedicina, inteligência artificial, tecnologia oceânica, agricultura e ciência espacial; a submissão de projetos vai até 13 de junho

Che Weng Keong e Marco Antonio Zago após a assinatura do acordo de cooperação (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – A FAPESP e o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FDCT) de Macau, na China, assinaram em 3 de abril um acordo de cooperação científica e tecnológica. Entre os objetivos estão o financiamento conjunto de projetos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento, parcerias para a organização de seminários e workshops e a promoção de atividades de intercâmbio científico.

No evento que marcou a assinatura do acordo também foi lançado o primeiro edital colaborativo, com foco nas áreas de biomedicina, inteligência artificial, tecnologia oceânica, agricultura e ciência espacial. A submissão de propostas vai até 13 de junho pelo Sistema de Apoio à Gestão (SAGe).



(foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

Cada projeto selecionado terá duração de três anos. A FAPESP financiará até R$ 600 mil, enquanto o FDCT apoiará com montante equivalente para a parte chinesa do projeto. Cada proposta deve incluir um pesquisador responsável do Estado de São Paulo e outro afiliado a uma entidade de Macau.

“A ciência feita em Macau e no Estado de São Paulo tem muitas conexões e acredito que essa colaboração será uma grande oportunidade para avançarmos em pesquisas de grande relevância. Tanto o acordo quanto a chamada de propostas são passos importantes para a aproximação da pesquisa realizada nas duas regiões, que deve ser intensificada com mais ações futuras”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, durante a cerimônia.

E o presidente do FDCT, Che Weng Keong, completou: “O acordo é um marco no intercâmbio científico e na colaboração em pesquisa entre Macau e São Paulo. Juntos podemos alavancar o entendimento para poder enfrentar os desafios globais”.

Na avaliação do diretor científico da FAPESP, Marcio de Castro, o edital está centrado em áreas-chave da ciência e tecnologia e deve alavancar os pontos fortes dos pesquisadores em ambas as regiões.

Para a ocasião, o FDCT veio representado por uma delegação com cientistas de destaque nas cinco áreas abarcadas pelo edital. Eles cumpriram uma agenda de visitas aos principais centros paulistas para conhecer os cientistas e identificar os temas pesquisados.

Da área de biomedicina, Ge Wei, vice-reitor da Universidade de Macau, afirmou que entre as 12 áreas estratégicas na Faculdade de Ciências Médicas da instituição estão oncologia de precisão e controle de qualidade na pesquisa em medicina tradicional chinesa. “Acredito que o potencial de colaboração é tremendo. O Brasil é muito rico em recursos naturais e soube recentemente que aqui também existe uma medicina tradicional, algo em que certamente poderemos colaborar futuramente”, contou.

Ele participou de uma mesa-redonda dedicada à área de biociências, em que Vanessa Zambelli, pesquisadora do Instituto Butantan, apresentou pesquisas realizadas na área de desenvolvimento de fármacos anti-inflamatórios, identificação de novas moléculas e a criação de biobancos sobre venenos, peptídeos e toxinas de animais.

Língua comum

Localizado na costa sul da China, Macau é um território autônomo integrante do Corredor de Inovação Científica e Tecnológica “Guangzhou-Shenzhen-Hong Kong-Macau” – região de cooperação transfronteiriça na área da Grande Baía que desempenha um papel de destaque no desenvolvimento econômico e na inovação. Foi colônia portuguesa entre 1557 e 1999.

Durante o evento, o presidente do FDCT destacou que Macau tem sido uma conexão entre a China e os países lusófonos. Nesse sentido, Che Weng Keong citou a construção do Centre for Science and Technology Exchange and Cooperation between China and Portuguese-Speaking Countries (CSTCP), sediado em Macau e apoiado pelo governo central da China.

Já na Universidade da Cidade de Macau (UCM) estão no foco os estudos que reúnem técnicas de inteligência artificial e o idioma português. “Estamos desenvolvendo projetos que se baseiam no uso da tecnologia para auxiliar no ensino de português e de outras disciplinas, por exemplo, em alguns contextos da formação médica”, disse Wen-Jian Liu, professor da Faculdade de Ciência de Dados da UCM.

Estudos que seguem linhas de pesquisa semelhantes estão sendo desenvolvidos no Centro de Inteligência Artificial (C4AI) – um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e IBM na Universidade de São Paulo (USP).

“O C4AI tem vários projetos que envolvem o uso de inteligência artificial em diferentes áreas do conhecimento. Um deles foca no ensino de línguas indígenas e no desenvolvimento de ferramentas para preservá-las. Outro busca avançar no processamento de linguagem natural em português, ou seja, criar sistemas melhores de processamento de linguagem em português, como existe hoje no inglês e no chinês”, explicou Fabio Cozman, diretor do C4AI.

A chamada está publicada em: fapesp.br/17500/.

 



Fonte ==> Folha SP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *