Consultorias humanizadas a nova força do mercado financeiro brasileiro

O setor financeiro brasileiro vive um movimento de transformação silenciosa, mas profunda. As consultorias, antes restritas a diagnósticos técnicos e relatórios de gestão, assumem agora um papel mais abrangente e humano. O foco não é apenas reestruturar planilhas, mas restaurar equilíbrio, confiança e propósito em empresas e pessoas.

De acordo com estudos do Sebrae e da Federação Nacional de Consultores Empresariais, a demanda por consultorias de finanças corporativas e pessoais cresceu mais de 40% nos últimos quatro anos. O movimento é reflexo direto da necessidade de adaptação das empresas a cenários de instabilidade econômica e da busca de indivíduos por mais autonomia financeira.

Para a especialista em finanças e empresária Neila Franco Batista de Oliveira, fundadora da FeB Consulting, o segredo está em enxergar o financeiro como parte da estratégia emocional e cultural de um negócio. “Toda empresa que enfrenta uma crise financeira está, na verdade, lidando com um problema de visão. A consultoria moderna não é só sobre números, é sobre pessoas, comportamento e tomada de decisão consciente”, explica.

Com mais de 20 anos de experiência na área financeira, sendo 15 deles em instituições bancárias e os últimos como consultora, Neila viu de perto a mudança na mentalidade das empresas. Ela relata que os clientes de hoje não procuram apenas resultados, mas clareza e segurança no processo. “Os gestores querem entender o que está por trás dos números. Buscam uma condução estratégica, mas também humana, que leve em conta as pessoas que fazem o negócio existir”, afirma.

A FeB Consulting nasceu dessa percepção. Desde 2019, a empresa atua em projetos de reestruturação e planejamento em setores como transporte, engenharia, locomoção e alimentos. Um dos casos mais marcantes foi a recuperação de uma companhia que estava prestes a declarar falência. Neila elaborou um diagnóstico completo, renegociou contratos, reorganizou processos e reposicionou a liderança. Em poucos meses, a empresa voltou a operar com lucro e, mais importante, com uma equipe motivada. “A gestão financeira é o fio que sustenta todo o negócio. Quando ela é bem feita, a empresa não apenas sobrevive, mas volta a acreditar em si”, afirma.

A especialista também atua com pessoas físicas, orientando famílias e profissionais a resgatarem o equilíbrio financeiro e emocional. Ela acredita que finanças pessoais e empresariais estão conectadas por um mesmo princípio: o de que o dinheiro deve ser uma ferramenta de liberdade, e não de ansiedade. “Quando alguém aprende a lidar com o dinheiro com consciência, muda toda a sua relação com o trabalho, a família e a vida. Prosperidade é um estado de clareza”, comenta.

O avanço das consultorias humanizadas também acompanha a tendência global de ESG, sigla que integra critérios ambientais, sociais e de governança corporativa. Empresas de diversos setores têm buscado esse tipo de abordagem para alinhar resultados a valores éticos e sustentáveis. No ambiente das finanças, o conceito se reflete na criação de planejamentos personalizados e na valorização da transparência nas relações.

Neila resume o novo cenário com uma frase que sintetiza sua filosofia de trabalho: “Finanças são sobre escolhas. Cada decisão financeira é uma escolha de futuro.” Para ela, o consultor do século XXI precisa ter empatia, escuta ativa e coragem para tomar decisões difíceis com sensibilidade e estratégia.

O mercado financeiro brasileiro segue em expansão e amadurecimento. Se antes a consultoria era vista como suporte técnico, hoje ela se tornou parceira de transformação. A visão humanizada e consciente das finanças mostra que prosperar não é apenas multiplicar capital, mas desenvolver pessoas, fortalecer empresas e criar impacto duradouro.

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