China falha mais uma vez ao tentar recuperar foguete para reutilizar

China falha mais uma vez ao tentar recuperar foguete para reutilizar

Além do acidente com o foguete HANBIT-Nano, da sul-coreana Innospace, que decolou de Alcântara, no estado brasileiro do Maranhão, um lançamento da China também não acabou como esperado na noite de segunda-feira (22) – já manhã de terça (23) no país asiático.

Desenvolvido pela  Academia de Tecnologia Aeroespacial de Xangai (SAST), o foguete Long March 12A decolou em sua primeira missão com foco em reutilização do estágio propulsor às 22h, pelo horário de Brasília, a partir de uma plataforma na Zona de Testes de Inovação Espacial Comercial de Dongfeng. A área fica próxima ao Espaçoporto de Jiuquan, no noroeste da China.

Em resumo:

  • O foguete Long March 12A foi lançado da China em voo experimental;
  • Ele conseguiu chegar à órbita terrestre, mas o pouso do primeiro estágio falhou;
  • Em vez de um pouso controlado, o booster caiu longe da área prevista;
  • Apesar da falha, a missão gerou dados importantes para aprimorar tecnologias;
  • O teste integra estratégia chinesa para dominar foguetes reutilizáveis, ameaçando a SpaceX.

Diferentemente do veículo lançado do Brasil, o foguete chinês conseguiu chegar à órbita terrestre. No entanto, a tentativa de recuperação do primeiro estágio não foi bem-sucedida, um passo estratégico para baratear operações e viabilizar voos mais frequentes no programa espacial do país.

Após a separação dos estágios, o plano previa que a parte inferior do foguete acionasse seus motores novamente para desacelerar e pousar de forma controlada. A plataforma de pouso estava posicionada a cerca de 250 km do ponto de lançamento, no condado de Minqin, na província de Gansu.

Foguete caiu 2 km mais distante do local de pouso planejado

Imagens divulgadas nas redes sociais e registros de satélite mostram que o procedimento não ocorreu conforme o esperado. As análises iniciais sugerem que o booster teria tocado o solo cerca de dois quilômetros distante da área planejada, o que caracteriza uma falha na recuperação, ainda que sem confirmação de danos adicionais.

Segundo o site Space News, a confirmação oficial de que o foguete havia atingido a órbita só foi divulgada mais de duas horas após a decolagem. Mesmo assim, a SAST afirmou que a missão forneceu dados valiosos obtidos em condições reais de voo, considerados fundamentais para ajustes técnicos futuros.

O Longa Marcha 12A, o primeiro foguete reutilizável estatal da China, teve um lançamento bem-sucedido, com o segundo estágio atingindo a órbita, mas a recuperação do primeiro estágio não foi possível – com o booster caindo bem longe do ponto previsto para o pouso. Crédito: Reprodução Redes Sociais

Com 70,4 metros de comprimento e 3,8 metros de diâmetro, o Long March 12A tem massa total de 437 toneladas quando totalmente abastecido. Ele utiliza motores movidos a metano e oxigênio líquido, combinação vista como mais limpa e adequada para foguetes reutilizáveis de nova geração.

Testes anteriores, incluindo uma tentativa de pouso na água em alta altitude, já vinham sendo conduzidos, embora sem divulgação detalhada dos resultados.

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Empresa privada da China também falhou em missão anterior

Esse voo foi a 88ª missão orbital da China em 2025 e evidencia o ritmo acelerado do programa espacial do país. A iniciativa integra uma estratégia mais ampla para dominar a reutilização de foguetes – tecnologia hoje liderada pela norte-americana SpaceX e considerada essencial para lançamentos frequentes, megaconstelações de satélites e futuras missões tripuladas.

O episódio com o Long March 12A se soma a outro teste recente realizado no país. No início do mês, o foguete Zhuque-3, desenvolvido pela empresa privada Landspace, também alcançou a órbita, mas falhou durante a queima final de pouso do primeiro estágio. Em ambos os casos, a recuperação não foi bem-sucedida, embora os voos tenham gerado dados técnicos importantes para o avanço da reutilização, tanto no programa estatal quanto no setor comercial.

Especialistas destacam que, apesar das falhas, os resultados indicam progresso gradual. A expectativa é de novas investidas nos próximos meses, com ajustes baseados nos dados coletados, aproximando a China de um sistema de lançamento reutilizável plenamente operacional.

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Fonte ==> Olhar Digital

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