O que é a barreira hematoencefálica? Entenda como ela protege o cérebro

Ilustração 3D de barreira hematoencefálica (BHE) no cérebro humano

Entenda o que é a barreira hematoencefálica, como ela protege o cérebro de doenças como Alzheimer, sua função e sinais de comprometimento

Ilustração 3D de barreira hematoencefálica (BHE) no cérebro humano (Imagem: László Nemes / Shutterstock.com)

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O que é a barreira hematoencefálica e para que ela serve?

Ilustração em 3D da barreira hematoencefálica e astrócitos no cérebro
Ilustração em 3D da barreira hematoencefálica e astrócitos no cérebro (Imagem: ART-ur / Shutterstock.com)

O que é e como é formada?

  • Astrócitos: estas células nervosas em forma de estrela envolvem os capilares com seus prolongamentos, formando uma segunda camada de proteção e ajudando a regular o fluxo sanguíneo e a função da barreira.
  • Pericitos: células localizadas na parede externa dos capilares que são essenciais para o desenvolvimento, manutenção e reparo da barreira.

Para que serve e como protege o cérebro?

ilustração 3D da Barreira Hematoencefálica (BHE) Head Anatomia Médica Scan
Ilustração esquemática da barreira hematoencefálica (BHE) que mostra como as células endoteliais dos capilares cerebrais formam junções apertadas (tight junctions), impedindo a passagem livre de substâncias potencialmente tóxicas e agentes infecciosos do sangue para o tecido nervoso, ao mesmo tempo que permite a passagem de nutrientes essenciais (Imagem: decade3d – anatomy online / Shutterstock.com)
  1. Impedindo a passagem de substâncias nocivas: a BHE bloqueia ativamente a entrada de toxinas, patógenos (como bactérias e vírus), hormônios do estresse e a maioria dos medicamentos. Esta é a sua função de “porteiro” restritiva.
  2. Permitindo a passagem seletiva de nutrientes: simultaneamente, a barreira é dotada de “portões” e “transportadores” especializados que permitem a entrada controlada de nutrientes vitais, como glicose, aminoácidos e oxigênio, que são indispensáveis para a produção de energia e o funcionamento dos neurônios.

De quais doenças a barreira hematoencefálica protege o cérebro?

  • Infecções: meningite e encefalite são exemplos de doenças em que patógenos conseguem, por vezes, ultrapassar a BHE, causando inflamação no cérebro ou nas meninges. Uma barreira íntegra é a primeira defesa contra essas invasões.
  • Doenças neurodegenerativas: evidências científicas sugerem que um comprometimento da BHE pode estar envolvido no desenvolvimento ou na progressão de doenças como o Alzheimer e o Parkinson. Uma barreira “vazada” pode permitir a entrada de toxinas ou a acumulação anormal de proteínas, como a beta-amiloide, no tecido cerebral.
  • Esclerose múltipla: esta é uma doença que apresenta uma dupla natureza. O estágio inicial é predominantemente autoimune, no qual as células de defesa do organismo conseguem atravessar a barreira e atacar a bainha de mielina que recobre os neurônios. No entanto, com a progressão da doença, ocorre a degeneração dos axônios (a parte do neurônio que conduz o impulso nervoso), caracterizando a fase neurodegenerativa. A falha da BHE em conter o ataque imunológico é, portanto, um passo crucial que desencadeia todo o processo. Para entender mais sobre todo esse processo, consulte o site da National Library of Medicine.
  • Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC): durante um AVC, a falta de oxigênio leva ao comprometimento da barreira, resultando em edema cerebral (inchaço) e agravando os danos neurológicos. Saiba mais aqui.

É possível fortalecer a barreira hematoencefálica?

Imagem mostra grupo de pessoas praticando yoga ao ar livre
Práticas como yoga e outros exercícios físicos regulares, integradas a um estilo de vida saudável, contribuem indiretamente para a manutenção da integridade da barreira hematoencefálica, promovendo a saúde vascular e cerebral (Imagem: Vitaly Gariev / Unsplash)
  • Controle da pressão arterial: a hipertensão crônica pode danificar os vasos sanguíneos, incluindo os do cérebro, enfraquecendo a barreira.
  • Alimentação saudável e exercício físico: uma dieta rica em antioxidantes e a prática regular de exercício promovem a saúde vascular geral, o que beneficia a integridade da BHE.
  • Sono de qualidade: o sono é fundamental para a “limpeza” do cérebro, um processo que envolve a barreira hematoencefálica e a remoção de toxinas acumuladas durante o dia.
  • Evitar o álcool e drogas: o consumo excessivo de álcool e o uso de substâncias ilícitas podem comprometer a função da barreira.

Sinais de que a barreira hematoencefálica foi comprometida

Ilustração de Inibidores de BACE1,  próxima geração com efeitos colaterais reduzidos. Melhoria da penetração da barreira hematoencefálica e da especificidade do substrato e imagem de medicamentos e instrumentos médicos
A pesquisa moderna, como a focada em inibidores BACE1, busca desenvolver tratamentos que possam atravessar seletivamente a barreira hematoencefálica, oferecendo novas esperanças para o tratamento de doenças neurológicas (Imagem: luchschenF / Shutterstock.com)


Renata Mendes Gonçalves

Colaboração para o Olhar Digital

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Fonte ==> Olhar Digital

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